O mercado de criptomoedas é bastante dinâmico e sempre traz novidades que não se resumem a memecoins ou tokens de utilidade. Existe mais de uma forma de quantificar uma nova coin e lastreá-la a algum ativo físico. O caso da moeda criada pela startup Ethena Labs é diferente e inovador.
Para entender como o funcionamento, a valorização, a cotação e a aquisição da criptomoeda da plataforma, é necessário conhecer alguns conceitos do mercado financeiro, como stablecoin, posição short, dólar sintético e delta hedge.
Stablecoin e posição short
Uma stablecoin é lastreada em alguma moeda física, como USDC e USDT. O valor dela varia conforme a cotação desses ativos. Essa é uma forma de fazer transações no blockchain por preços estáveis.
A plataforma cripto também adota o conceito da posição short, vindo do mercado financeiro tradicional. Com essa estratégia, é possível comprar, vender e alugar ações para negociar o direito de compra e venda. Dá para vender os direitos por um preço mais alto, comprar as ações alugadas e ganhar dinheiro em cima disso.
O ecossistema usa esses conceitos para criar o USDe, quando um ETH é depositado no protocolo. Uma vez que o ETH é colocado lá, o sistema vai a um mercado centralizado (CeFi) para vender o direito de compra e venda na posição short, mas o seu valor não é atrelado ao da moeda americana.
Dólar sintético e delta hedging
O USDe criado pelo sistema não chega a ser, necessariamente, uma stablecoin, visto que não é lastrado diretamente ao dólar, mas ao ETH. Ele é considerado um dólar sintético, que tem como garantia a criptomoeda em si e a posição short no mercado futuro.
Para evitar grandes variações do valor do ETH, a plataforma usa a técnica delta hedging. Ela consiste em evitar grandes diferenças nos preços do ETH na venda à vista e na posição short, por meio de operações e fórmulas matemáticas. Isso reduz a interferência na cotação do USDe no futuro, já que o dólar sintético não é atrelado à moeda norte-americana.
Riscos do sistema de Ethena
Por ser criado em Ethereum, o USDe é baseado no protocolo ERC-20, que dá flexibilidade para negociações em várias exchanges. Além disso, elas atingem escalabilidade e evitam a lentidão na hora de fazer grandes quantidades de transações simultâneas.
Por outro lado, com um sistema de negociação e lastreamento inovador, Ethena causa apreensão nos investidores: o fato de tal procedimento nunca ter sido utilizado antes. Como tudo que é pioneiro, existe a necessidade de tempo de uso para verificar a estabilidade do processo.
Outro detalhe é o fato dela trabalhar com corretoras centralizadas na hora de vender o ETH em posição short para desenvolver o USDe. Caso haja algum problema, como falência de alguma exchange, isso pode comprometer todo o sistema.
Tokenomics de ENA
A moeda de governança da plataforma Ethena é o ENA token, também feito com o protocolo ERC-20. Diferente do USDe, ele é utilizado em votações ou assembleias na comunidade, na qual os detentores têm poder de voto para decidir melhorias e aprimoramentos no funcionamento.
Ethena deixa disponível 15 bilhões de tokens: 30% para os fundadores da plataforma, 15% para reserva, 30% para o desenvolvimento do ecossistema e 25% para os investidores.
Saiba mais sobre criptomoedas
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